I think flirting is a place

 

Photo by me 



You know, it feels like this crazy weather is messing with more than just the temperature. Yesterday it was unbearably hot, and now, as I look out the window, everything’s covered in this fog that reminds me of the blanket I just pulled out of the closet. The moon’s up there, all shy, almost hiding. Some days, it feels like the sky is playing tricks on us, doesn’t it? But today, I’m not even paying much attention to that. My mind’s somewhere else—at the office, stuck on those silly glances and grins I’ve been sharing with her.

We have one of those relationships where, if someone from the outside saw us, they’d probably think we’re acting like kids. You know how you tease someone just to get their attention? Yeah, it’s like that. We laugh at bad jokes, make fake angry faces, but deep down, we’re always flirting—pretending no one notices. Or at least, we pretend no one notices. She asks to see my badge like it’s nothing, but there’s something in her smile that makes my heart skip a beat, and my pulse quicken in places I wish it wouldn’t. And, like an idiot, I try to play it cool, but the truth is, she catches me staring every single time. Ugh, my excuses are terrible.

And honestly, those little touches when she walks by my desk? I don’t know if it’s just in my head, but I feel like there’s something there. I keep writing dumb notes on the post-its she leaves on her desk, just to keep this game going. Sometimes, I think about writing something more. Something so obvious it’d lead us to some secluded room where I could tell her that every time she looks at me, I want to take off a piece of her clothing, but I hold back. Is it possible that flirting without making a move is still a way of moving forward?

Then night comes, I throw myself on the couch, and when I stare out at the ships on the water, my thoughts drift to the dreams I’ve been having about her. These dreams, oh, these dreams... It’s like my subconscious decided to write a soap opera, full of scenes I’d never dare to tell anyone about. The funny thing is, when I wake up, I start wondering if reality is starting to blend with these fantasies.

Who knows, right? Maybe it’s that desire to keep some mystery alive. Or maybe I just enjoy being in this limbo, where flirting feels like a game that never really ends but also never really gets resolved.

In the end, I think flirting is a place. A place we create, just for us. And for now, it feels pretty comfortable.


Olha só, parece até que esse clima meio doido anda mexendo com mais coisa além dos termômetros. Ontem tava aquele calor insuportável, e agora, enquanto olho pela janela, tudo tá coberto por essa névoa que me lembra o cobertor que tirei do armário. A lua tá lá, toda tímida, quase escondida. Tem dias que o céu parece até brincar com a gente, né? Mas hoje eu nem tô ligando muito pra isso. Meu pensamento tá é longe, lá no escritório, preso nos olhares e risinhos bobos que troquei com ela.

A gente tem uma dessas relações que, se alguém de fora visse, diria que é coisa de criança. Sabe quando você implica só pra chamar atenção? Pois é, é tipo isso. A gente ri de piada ruim, faz cara de brava, mas no fundo tá sempre flertando sem ninguém perceber. Ou pelo menos fingimos que ninguém percebe. Ela me pede pra ver o crachá como quem não quer nada, mas tem algo naquele sorriso que deixa meu coração meio descompassado e minha corrente sanguínea pulsando em lugares que desejo que não houvesse desejo nenhum. E eu, besta, tento disfarçar, mas a verdade é que ela me pega olhando todas as vezes. Droga, as minhas desculpas são péssimas.

Agora, cá entre nós, esses pequenos toques de braço quando ela passa perto da minha mesa... Não sei se é coisa da minha cabeça, mas sinto que tem algo ali. Fico escrevendo uns bilhetes bobos nos post-its que ela deixa na mesa, só pra continuar nesse joguinho. Vez ou outra, penso em escrever algo mais. Algo mais óbvio. Tão óbvio que nos levaria a qualquer sala afastada, onde eu pudesse dizer que, a cada olhar, tenho vontade de tirar uma peça de roupa dela, mas seguro a onda. Será que flertar sem sair do lugar já não é um jeito de chegar a algum lugar?

Só que aí vem a noite, eu me jogo no sofá e, quando olho os navios no mar, meu pensamento vai parar nos sonhos que ando tendo com ela. Esses sonhos, ah, esses sonhos... Parece que meu inconsciente resolveu fazer uma novela, cheia de cenas que eu nem teria coragem de contar pra ninguém. O engraçado é que, quando acordo, fico me perguntando se a realidade não tá começando a se misturar com esses devaneios.

Vai entender, né? Talvez seja aquela vontade de manter o mistério no ar. Ou talvez eu só goste de ficar nesse limbo, onde o flerte parece um jogo que nunca acaba, mas também nunca se resolve de verdade.

No fim das contas, acho que flertar é mesmo um lugar. Um lugar que a gente cria, só nosso, e que, por enquanto, me parece bem confortável.




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