A message in a bottle


Photo: Dante Janssens - Unsplash


Time seems to be slipping by faster here, and my eyes can barely keep up with the rhythm of sunrise and sunset. Everything around me is changing, and I’ve come to realize that I’m changing too. The sun touches my skin, and after all those long walks on the beach, it has returned to its natural shade of blackness—despite the fact that some might not consider me "black enough."

Here, though not quite like back home, I can still blend in and feel at ease with myself. Lately, it feels like I’m living in my own days of glory. Lighting candles, burning my fingers, and feeling a connection to myself that I thought I’d lost—fueled by a fearless courage I never expected to return. The things that once terrified me no longer have a hold on me. That old desire, the one tangled up in my flaws and struggles, has faded away. 

This past year, I've been living with the metaphor of shipwreck pieces washing up on the shore of my life. They remind me where I’ve been and give me the tools to build a future. People come and go so frequently now that I’ve stopped keeping track. Maybe it’s time to reclaim my power by being honest, by lying here and forgetting the world for a moment. To forget the weight of other languages before I let them take root inside me. I am the captain of my ship, my own anchor in both pain and transformation.

My focus has shifted inward, and I feel the pull to write again. There’s a diary I’ve long abandoned in the corner, its pages yellowed, filled with thoughts soaked in both demons and dreams of success. But today, those pages won’t reflect my current joy. Still, I know that if disappointment strikes, they’ll be there to hold me up. When things happen and we don’t understand why, sometimes paper can stand in for the friend who isn’t close enough to hug. 

I keep writing whenever I can. Some days, I just need a pen and a few pages to lift my spirits.

Complaining feels pointless when the sun is shining, the sky is blue, and I can see the ocean through my window.

But none of this will mean anything if I’m too afraid to dive in.



Como o tempo passa rápido aqui, meus olhos mal conseguem acompanhar o nascer e o pôr do sol. Tudo está se transformando ao meu redor e percebi que eu também. O sol toca a minha pele, que das longas caminhadas na praia, já está em seu tom natural de pretura. Mesmo que muitos não me considerem preta o suficiente. 

Aqui, mesmo que não tanto como em minha terra natal, ainda consigo me misturar e me identificar. Tenho me sentindo em meus dias de glória. Acendido velas e queimado a ponta dos dedos. Tenho sido parte de mim mesma, certamente possuída de coragem destemida. Pensei que isso nunca aconteceria novamente. Não estou mais com medo do que me aterrorizava. Eu não tenho mais aquele querer, o qual, dentro de minhas falhas e dificuldades, nunca pude satisfazer. 


Durante todo o ano, usei a metáfora dos pedaços de um naufrágio chegando à costa da minha vida, ensinando-me sobre onde estive e dando-me os pedaços para construir um futuro.
Pessoas veem e pessoas vão, tanto que esses dias eu já não sei mais. Acho que é hora de recuperar meu poder através da honestidade, me deitar aqui e apenas esquecer o mundo. Esquecer o que outras línguas dizem, antes que eu internalize. Sou marinheira de meu próprio barco. Meu próprio apoio durante a dor e a transformação.


Meu olhar tem sido interno, eu deveria colocar meus pensamentos em papel. Olho para o diário há tanto esquecido num canto, folhas de papel amareladas, impressas para cativar corações embebidos dos mais severos demônios e do brilho do entusiasmo do sucesso. Hoje nenhuma dessas folhas participarão da minha alegria. Mas se eu for assaltado pela decepção, elas tentarão me sustentar no desânimo. No final das contas, quando as coisas acontecem e não sabemos a razão, folhas de papel reparam a falta de um amigo próximo que não podemos abraçar. Continuo a escrever a cada oportunidade. Em algumas ocasiões preciso de caneta e algumas páginas para apoiar meu ânimo.


Tem se feito desnecessário reclamar quando o sol brilha alto, o céu é azul e posso olhar o mar pela janela. 


Mas tudo isso não terá sentido se eu tiver medo de mergulhar.




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Comentários

  1. Amiga, que perfeito quando você escreveu "No final das contas, quando as coisas acontecem e não sabemos a razão, folhas de papel reparam a falta de um amigo próximo que não podemos abraçar." Isso me faz lembrar que quando eu estiver me sentindo só, eu posso sempre usar a escrita para me acolher quando eu não tiver quem abraçar ao meu redor. Obrigada por esse texto tão lindo!

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  2. Belo post e imagem!

    Boa semana!

    O JOVEM JORNALISTA está em HIATUS DE INVERNO do dia 21 de agosto à 14 de setembro, mas comentarei nos blogs amigos nesse período. O JJ, portanto, está cheio de posts legais e interessantes. Não deixe de conferir!

    Jovem Jornalista
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    Até mais, Emerson Garcia

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